A ansiedade em tempos de pós-pandemia

Estamos há mais dois anos e meio de pandemia, e com ela o agravamento do adoecimento psíquico. A psicologia clínica vem se adaptando às práticas de um novo movimento, uma “nova” demanda, em que os sujeitos estão cada vez mais ansiosos. Pesquisas apontam que em média 10% da população sofrem com transtornos do espectro da ansiedade. Seria, então, algo orgânico? Seria algo “tratável” pela Psicanálise?

A experiência clínica mostra que haveria sim uma saída pela Psicanálise. A aposta clínica, portanto, é que seja possível escutar a verdade trazida pelo sujeito por detrás das demandas dos ditos sintomas. Consideram-se alguns “gatilhos” como sendo parte do processo daquilo que chamamos de “repetição” na ansiedade.

Vejamos algumas distinções:

·         Medo: ligado a alguma experiência que pode ser nomeada (objeto)

·         Ansiedade: (objeto) se perde por uma indeterminação, não se sabe nomear

·         Angústia: quadro para além da ansiedade, como pânico, basicamente seguida de ações, como num ritual

Pretende-se, a partir desse texto, partindo de uma visão sobre o sujeito da clínica, propor uma breve análise sobre seus desdobramentos através de sua própria experiência, com seus “sintomas” e suas significações. Na atualidade, a clínica contemporânea tende a desconsiderar as “causas” escondidas, por sintomas e construção de diagnósticos. O que incita o analista, então, é a função de trazer à luz, a partir de sua fala, uma escuta de um saber inconsciente explicitado para além dos rótulos diagnósticos, priorizando sua “verdade” e para que, assim, este possa caminhar na direção do seu próprio tratamento.

 

Autora: Valdirene de Morais Moura - CRP 06/148088



Psicóloga, pós graduada no curso de Psicanálise e os desafios da contemporaneidade (Anhanguera), Aluna especial do programa de Psicologia clínica IPUSP. Pós-graduanda em psicopatologia fundamental e saúde pública da faculdade de ciências médicas da Santa Casa de São Paulo. Atua como psicóloga clínica na PsicoVida com crianças, adolescentes, adultos e idosos. Foi estagiária do CAPS e atua como psicóloga clínica com abordagem psicanalítica.

 


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