Homens evoluindo através da terapia, ainda é um tabu?

Quando falamos da frequência de homens em terapia nos deparamos com um tabu que acompanha nossa sociedade desde o surgimento da psicologia que não mede esforços para reverter essa realidade e conscientizar os homens das necessidades e dos benefícios de se estar em terapia.


Ainda podemos dizer que se trata da minoria em consultórios, diante do comparativo homens x mulheres e que se trata de uma necessidade que não é exclusiva do universo feminino.


Qual a probabilidade de você, homem começar a fazer terapia? 


 A necessidade dos homens de zelar por sua saúde mental é comprovada através de pesquisas que mostram que os homens se suicidam quatro vezes mais do que as mulheres no Brasil, têm o dobro de chances de consumir álcool e outras drogas e tudo isso devido à sua dificuldade de revelar seus sentimentos.


Os homens são discretos na procura por psicoterapia e à medida que vivenciam a discrição e o sigilo presente na relação terapêutica acabam se permitindo à este processo que geralmente resulta em crescimento pessoal e melhor qualidade de vida.

Quando em terapia, os homens, trazem com maior frequência questões que envolvem:

  • Masculinidade; disfunções sexuais,declínio viril e a  dificuldade de assimilar novos códigos e preceitos sociais envolvendo as atuais definições de gêneros.
  • Relação familiar/conjugal; As dificuldades que permeiam o ambiente familiar  foram potencializadas pelo confinamento imposto pela pandemia de covid-19. Casais passaram a conviver de forma intensa e tão logo desgastante.
  • Posição profissional; À pressão pela eficácia e à instabilidade profissional, convergem com a necessidade cada vez maior de fazer mais com menos, gerando conflitos existenciais de difícil solução sem ajuda profissional.

O maior desafio dos profissionais da saúde mental é induzir à fala, o silêncio é nocivo a qualquer ser humano mas quando se trata do silêncio dos homens, este é reforçado por uma cultura machista que imputa força e dita regras para pessoas, neste caso; os homens, que também tem o direito de vivenciar suas fragilidades.


Autor do texto: 
Fabio Cardoso, CRP 06/156309
Psicólogo cognitivo comportamental, formado pela faculdade Anhanguera, pós graduado em psicologia e saúde mental pela faculdade metropolitana de São Paulo. Atua também como psicoterapeuta e acompanhante terapêutico.



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