CONVIVÊNCIA FAMILIAR - O PROBLEMA É DE QUEM?
Quase sempre, na vida cotidiana, tendemos a falar dos outros. Exemplos: “A culpa é sua! O problema é seu!” O outro está sempre cheio de "defeitos". Nós estamos quase sempre sendo as vítimas e os injustiçados na situação.
No entanto, será que é assim mesmo? Será que somos a vítima, o injustiçado, o perseguido? Será que não contribuímos com nada para a existência do problema? Será que não provocamos essa ou aquela situação que nos desagrada? Na prática clínica e na busca das pessoas por terapia não é diferente. O problema é sempre do outro.
Mães e pais solicitam ajuda para os seus filhos, outros pedem ajuda para o cônjuge porque está insuportável a convivência, filhos buscam terapia para os pais porque eles estão em constante conflito. Nesses casos a decepção é inevitável porque ao buscarem ajuda são conscientizados de que o problema de um é problema de todos.
Sem perceber, colocamos no outro as nossas dificuldades e limitações em lidar com o que é o nosso problema e elegemos alguém, muitas vezes da família, para ser o depositário de tudo o que nos incomoda. Ao mesmo tempo, tentamos fugir dos nossos problemas quando focamos a nossa energia e a nossa atenção para quem é considerado problemático ou necessitado de cuidados. Isso faz com que tapemos os nossos ouvidos, olhos e mente para nós mesmos, para as nossas dores e dificuldades.
Por outro lado, quando um membro da família manifesta algum sintoma como doença física ou mental, dificuldade no convívio social, dependência química, dentre outras situações, quase sempre está denunciando um problema que é da família. A situação que afeta um membro da família ou casal, afeta a todos. Toda a família sofre, todos ficam adoecidos. Não vai resolver negar, dizer que não entende porque precisa participar da terapia porque logo a situação se torna clara e todos passam a entender qual o papel de cada um tanto para a manutenção do problema como para a solução.
A terapia familiar vai ampliar a visão da família ou casal possibilitando que cada um se enxergue diante da queixa apresentada e a partir daí ressignifique a sua maneira de pensar e agir para a construção de uma nova forma de se relacionar, mais eficaz e saudável.
Durante o processo terapêutico de terapia familiar é possível melhorar:
- A comunicação entre os membros da família;
- A relação de hierarquia familiar;
- A diferenciação de papéis;
- Os limites nas relações;
- A proximidade afetiva.
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