SER PAI EM 2021: CADA VEZ MAIS UMA NOVA AVENTURA

 

 Ser pai em 2021 tem sido uma aventura diferente de outros tempos. Em pandemia, pais passaram a conviver com uma realidade nem sempre vivida anteriormente: 24 horas de vida em família, pois não saiam para trabalhar fora. Claro que, parte dos pais, talvez, já trabalhassem em casa, mas de qualquer forma, essa convivência foi diferenciada, pois foi obrigatória. Assim, a vida em família ganhou outras cores, nem sempre bonitas... alguns conflitos nunca vistos surgiram, algo que era previsível e até certo ponto, esperado, principalmente na relação entre pais e filhos.


A mudança não começou agora

Apesar dessa diferença atualmente, a mudança de relacionamento entre pais e filhos vem ocorrendo já há alguns anos, pois o homem (não todos) passou a assumir uma postura diferente do que tradicionalmente era esperado do papel de pai: o provedor financeiro apenas. O homem passou a interagir e a se preocupar com a saúde e educação dos filhos, espaços até então, apenas ocupados pelas mulheres. 

A entrada cada vez maior da mulher no mercado de trabalho e as vezes a dificuldade e encontrar emprego, também tem facilitado a mudança de comportamento dos pais. 

Novas habilidades sendo aprendidas


Os pais passaram a se envolver com a criação dos filhos e nisso, inclusive, alguns conflitos surgiram, pois os homens não foram treinados desde criança a emitirem comportamentos de cuidar. 

As mulheres, quando meninas, ganham:

  • Bonecas;
  • Apetrechos para cuidado das bonecas como banheira, carrinho, roupas;
  • Apetrechos para cuidados da casa como vassoura, pia para lavar louça.

 Já os homens, quando meninos ganham:

  • Brinquedos relacionados a prazer como bolas;
  • Carrinhos;
  • Vídeo game;
  • Skate.

Nem sempre os homens encontram abertura familiar para o aprendizado das novas habilidades de cuidar e interagir com seus filhos. Como não tiveram treino prévio, nem todos cuidarão da mesma maneira que a própria mãe, podem cometer enganos, podendo dificultar a relação familiar, sendo acusados de não fazer o que teria que ser feito de forma adequada. Assim, alguns pais passam a exercer os cuidados de forma menos frequente e outros, inclusive, podem usar os atritos familiares como justificativa para evitarem a participação nos cuidados de seus filhos.

Mudanças e benefícios
Nas redes sociais, é possível encontrar diversos grupos de discussão de formas de exercer esse papel, algo que parece refletir inclusive nas propagandas de Dia dos Pais, já que elas mudaram ao longo do tempo e os pais passaram a ser mais interativos e realizarem atividades, até antes impensáveis, como trocar fraldas, fazer penteados e brincar de casinha. As mudanças do papel exercido pelos pais nas interações com os filhos têm acontecido de forma relativamente rápida, e muitas vezes, atropelados pelo dia-a-dia, nem nos damos conta... Mas, ela vai acontecendo paulatinamente... Ë claro que ainda temos pais pouco colaborativos, muitas mães solo, mas os pais tem sido cada vez mais cotidianamente presentes nas vidas dos seus filhos e a saúde mental de ambos (pais e filhos) só tem a ganhar com essa interação, além de apresentarmos um novo modelo de paternidade.
Exercer, de forma consistente e sistemática, a paternidade e assim, realizar trocar mais frequentes entre pais e filhos é benéfico a todos. Então, mãos a obra nessa aventura. 

Angélica Capelari, (CRP: 06/55885). Analista do Comportamento, Mestre Psic Experimental e Professora.





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